Halloween e alta voltagem: eletricidade como vilã no cinema

Halloween em alta voltagem: quando a eletricidade vira terror no cinema

A eletricidade, fonte essencial para a vida, também inspira alguns dos medos mais profundos do cinema. Por isso, com o Halloween em alta voltagem, o Electric News resolveu elaborou um universo de filmes de terror ou assustadores em que a energia elétrica é mais do que uma ferramenta: é um personagem.

O primeiro uso de efeitos elétricos no cinema foi em The Execution of Mary, Queen of Scots (1895). Ou seja, na época, foram criadas faíscas artificiais com fios metálicos.

O primeiro vilão elétrico do cinema surgiu em 1931, com Frankenstein. No laboratório iluminado por relâmpagos e bobinas, o doutor dá vida à sua criatura com uma descarga de energia. A cena marcou a cultura pop e continua associada à imagem do cientista que desafia os limites da natureza.

Frankenstein compõe a galeria de monstros da Universal Pictures
Frankenstein compõe a galeria de monstros da Universal Pictures. O filme é uma adaptação do romance de 1818, de mesmo nome, de Mary Shelley (foto: Reprodução)

O efeito da criação de Frankenstein (1931) foi feito com bobinas reais, desenvolvidas por um engenheiro que trabalhava em usinas elétricas. Há mais de 90 anos, a história continua atual. Ela faz uma metáfora sobre os riscos de manipular forças não compreendidas.

Espetacular Homem-Aranha 2

A ligação continua em O Espetacular Homem-Aranha 2 (2014). Na película, Jamie Foxx interpreta Max Dillon, um técnico que sofre um acidente e se transforma em Electro, vilão capaz de absorver e liberar energia em proporções catastróficas. Críticos avaliam que a eletricidade é símbolo de solidão e descontrole.

O diretor Marc Webb chegou a declarar publicamente que Electro representa o “desequilíbrio entre energia e ego”, um tema que dialoga bem com o atual debate sobre tecnologia e poder.

Halloween em alta voltagem: quando a eletricidade vira terror no cinema (Foto: Sony/Divulgação)

Shocker: 100.000 Volts of Terror

Um dos exemplos mais mórbidos vem do terror Shocker: 100.000 Volts of Terror (1989). No filme, o vilão Horace Pinker, condenado à cadeira elétrica, renasce dentro dos circuitos e passa a atacar suas vítimas por televisores e fios de alta tensão.

A ideia soa absurda, mas reflete um medo comum da época, o avanço das redes elétricas e a invasão da tecnologia doméstica como: televisores, rádios e antenas.

Ainda na pegada da eletricidade como vilã, no filme Pulse (Kairo, 2001), os fantasmas atravessam cabos de internet e roteadores, transformando cada conexão elétrica em uma porta para o além. Já em Missão Impossível, Acerto de Contas (2023), o inimigo é uma inteligência artificial, The Entity. Ela tem consciência pura de energia e informação que escapa ao controle humano.

Os Gremlins morrem com a eletricidade?

Nos filmes da franquia Gremlins (1984 e Gremlins 2: A Nova Geração, 1990), a eletricidade aparece tanto como fraqueza quanto arma. No filme original, por exemplo, os monstrinhos são vulneráveis à luz intensa, especialmente à luz solar, que os mata instantaneamente. Mas, nas cenas de confronto, a eletricidade também é usada para combatê-los, seja com choques, fios cortados ou curtos-circuitos durante a destruição da cidade.

Porém, a energia elétrica, aparece como uma força purificadora e letal, capaz de “limpar” o caos causado pelas criaturas. Na continuação, por exemplo, a eletricidade ganha um papel ainda mais literal. No enredo, durante o caos no laboratório da Clamp Tower, um dos monstrinhos toma uma poção experimental de energia elétrica e se transforma em um Gremlin Elétrico, feito inteiramente de energia.

 

Gremlins
Gremlins fez sucesso nos anos 1980. A segunda fase não teve tanto sucesso (Foto: Reprodução)

A partir disso, esse Gremlin passa a viajar pelos fios e tomadas, atacando outros personagens. No final do filme, ele é aprisionado em uma secretária eletrônica e, depois, é usado para eletrocutar todos os outros gremlins no saguão do prédio. Ou seja, uma cena simbólica e hilária de “limpeza elétrica”.

Ghostbusters usam a eletricidade para salvar

Por fim, em Ghostbusters (1984), os cientistas usam a eletricidade como arma contra o sobrenatural. Na história, as mochilas de prótons canalizam energia nuclear e elétrica em feixes de contenção capazes de capturar fantasmas, um dos símbolos mais criativos da fusão entre ciência, medo e humor dos anos 80.

O Proton Pack dos Caça-Fantasmas é um exemplo clássico de energia usada como ferramenta de controle, o mesmo exemplo usado em Frankenstein e Shocker. A diferença é que o poder elétrico se torna um feixe canalizado contra o caos sobrenatural.

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