Os cabos HVDC, sigla em inglês para High Voltage Direct Current, ou corrente contínua de alta tensão, estão se tornando peças-chave das redes elétricas.
Essa tecnologia, antes restrita a projetos de engenharia de ponta, ganha protagonismo à medida que cresce a necessidade de transportar grandes volumes de energia renovável.
Diferentemente dos sistemas tradicionais de corrente alternada, os cabos HVDC utilizam corrente contínua, o que reduz as perdas elétricas ao longo do trajeto.
Essa característica faz deles a opção ideal para interligações submarinas, linhas de transmissão continentais de milhares de quilômetros e integrações entre redes de diferentes países ou frequências elétricas.
Cabos de corrente contínua de alta tensão são a espinha dorsal da transmissão
Em escala global, os projetos HVDC viabilizam conexões estratégicas como a NordLink, que liga Alemanha e Noruega por 623 quilômetros de cabos submarinos, e os bipolos chineses, capazes de transmitir energia de usinas hidrelétricas e solares no interior até os grandes centros urbanos da costa leste.
No Brasil, o exemplo mais emblemático é a linha Xingu–Rio, com mais de 2.500 quilômetros de extensão, responsável por levar a energia da usina de Belo Monte ao Sudeste.
Além de favorecer a integração de fontes renováveis, especialmente parques eólicos offshore, a tecnologia HVDC tem papel decisivo na transição energética, permitindo que países e regiões compartilhem eletricidade limpa com menor impacto ambiental e maior confiabilidade.
À medida que a demanda por energia de baixo carbono cresce, os cabos HVDC deixam de ser apenas uma solução técnica e passam a simbolizar uma nova eletricidade.





