Conta de luz pode ter aumento real de até 12% em 2026

Os consumidores livres de energia podem enfrentar um aumento real de até 12% nas tarifas de energia elétrica em 2026, segundo análise da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (ANACE).

Os consumidores livres de energia podem enfrentar um aumento real de até 12% nas tarifas de energia elétrica em 2026, segundo análise da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (ANACE).

O levantamento indica que o custo médio pode subir até R$ 65 por megawatt-hora (MWh), impactando diretamente o orçamento de indústrias e grandes empresas.

Conforme a ANACE, o aumento da conta de luz está ligado principalmente a novos encargos e subsídios previstos no Projeto de Lei de Conversão (PLV) 4/2025, derivado da Medida Provisória 1300/25, que aguarda sanção presidencial.

Entre os principais fatores que devem elevar o custo da energia estão:

  • a antecipação da contratação de usinas de reserva,
  • o aumento dos encargos de distribuição e transmissão concedidos a usinas renováveis e à geração distribuída (GD),
  • e outros ajustes na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

“A análise reflete uma tendência extremamente preocupante, não só pela falta de enfrentamento dos problemas estruturais do setor elétrico pelo Executivo e o Legislativo, mas também pela criação de novos beneficiários que ampliam as pressões sobre os valores pagos pelos consumidores”, alerta Carlos Faria, diretor-presidente da ANACE.

Luz para todos deixa a conta mais cara

O estudo, elaborado para apoiar empresas na previsão orçamentária de 2026, mostra que parte do aumento será causada por medidas voltadas à gratuidade da energia elétrica para famílias de baixa renda.

O benefício, voltado a consumidores que usam até 80 kWh por mês, pode gerar impacto adicional de R$ 15 a R$ 20 por MWh sobre os demais consumidores.

Outro ponto de atenção é a ampliação do custo da energia nuclear de Angra I e II, estimada entre R$ 7 e R$ 12 por MWh, além da isenção da CDE para consumidores de baixa renda, que pode representar R$ 0,50 a R$ 1 por MWh de acréscimo.

“É inegável a importância de ampliar os benefícios sociais para os consumidores de baixa renda. Mas não se pode ignorar a gravidade do impacto financeiro que essas medidas trazem para as empresas”, reforça Faria.

Mercado livre também leva culpa no cartório

A ANACE também destaca outros fatores que podem pressionar as tarifas em 2026, como o crescimento do mercado livre de energia, a renovação dos contratos do Proinfa e a expansão da geração distribuída, que juntos podem elevar o custo final entre R$ 4 e R$ 8 por MWh.

Por fim, a associação defende uma revisão dos subsídios à geração distribuída, uma vez que muitos consumidores têm migrado para esse modelo justamente para reduzir o valor da conta de luz, mas podem acabar arcando com novos custos devido à estrutura atual de encargos do setor elétrico brasileiro.

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