A Yara, líder mundial em nutrição de plantas, atingiu a meta de sustentabilidade ao reduzir as emissões com uso de energia elétrica de fontes renováveis.
“Esse movimento só foi possível pelas condições únicas para a transição energética que o Brasil oferece, com ampla disponibilidade de fontes renováveis e custos competitivos”, explica a Gerente de Gestão de Energia, Lara Tera.
A transição se deu pela contratação de 40 MV (média voltagem) em renovável com certificação internacional. Ou seja, o que garantiu suprimento limpo e confiável.
Veja como a Yara atingiu a meta usando renovável?
O movimento está nas metas da Yara, em especial a de reduzir em 30% das emissões absolutas até 2030 e neutralizar completamente em 2050.
A companhia vai manter o uso de energia elétrica renovável nas operações, enquanto gradativamente substitui os combustíveis fósseis nas operações.
Em 2023, a Yara começou com biometano, biogás purificado e gerado dos resíduos da cana, que pode, sem esforço adicional, substituir o gás natural.
Portanto, o insumo já é utilizado para a produção de amônia renovável na fábrica da Yara de Cubatão, São Paulo.
A amônia renovável, um insumo com redução de 75% na pegada de carbono em comparação ao mesmo produto de matriz energética fóssil, por sua vez, é matéria-prima de fertilizantes nitrogenados e soluções industriais com uma menor pegada de carbono.
Agronegócio fornece 29% de toda a energia do país
O agronegócio não é apenas um consumidor de energia, mas, sim, um dos principais fornecedores de energia renovável do país. O setor responde por cerca de 29% de toda a energia usada no Brasil.
Aliás, dentro do grupo das fontes renováveis, sua contribuição chega a impressionantes 60%: É o que revela o estudo inédito “Dinâmicas de Demanda e Oferta de Energia pelo Agronegócio” do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Conforme o coordenador do núcleo de bioenergia do Observatório da FGV, Luciano Rodrigues, o agronegócio brasileiro sempre foi sinônimo de produtividade, exportações recordes e segurança alimentar.
Papel da Bioenergia na transição energética
A pesquisa revela ainda que o agronegócio é responsável por mais da metade da energia renovável usada no Brasil. Isso inclui o etanol da cana, o biodiesel da soja, o biogás de resíduos agropecuários, a lenha de florestas plantadas, a lixívia e outros subprodutos.
Sem essa contribuição, a matriz brasileira de energia renovável cairia de 49% para cerca de 20% – muito mais próxima da média global, que hoje gira em torno de 15%. A presença do agro diferencia o país das demais potências agroindustriais.
No início dos anos 1970, a contribuição agropecuária à oferta energética apresentava elevada participação da lenha e carvão vegetal, que respondiam por mais de 40% da bioenergia do setor.
A oferta de energia proveniente da cana quase triplicou, impulsionada pela popularização dos veículos flex-fuel e pela expansão da bioeletricidade gerada com bagaço de cana-de-açúcar.
Em síntese, a trajetória da bioenergia agropecuária foi um dos pilares da transição energética brasileira. Esse protagonismo também se reflete nos destinos da utilização dessa energia limpa.
A conclusão é que a bioenergia vinculada ao agronegócio não apenas contribui significativamente para a diversificação da matriz energética brasileira, mas está estrategicamente posicionada nos setores com maior consumo e impacto econômico.
A centralidade da indústria, pautada especialmente pela presença das agroindústrias, e dos transportes como destinos principais dessas fontes evidencia que políticas públicas voltadas à expansão e à eficiência dessas rotas bioenergéticas podem ter impactos multiplicadores relevantes.