Saiba como turbinas submarinas vão liderar a revolução energética, afinal, a demanda por energia vem crescendo e novas soluções estão aparecendo conforme a maré.
A prova disso está na França, onde o projeto Normandie Hydroliennes promete energia por meio de turbinas instaladas no fundo do mar, já a partir de 2028.
Saiba como as turbinas submarinas vão liderar a revolução energética
Ou seja, do fundo do mar da Normandia, mesmo local que ficou famoso na Segunda Guerra Mundial pela entrada dos aliados, nasce uma revolução. Trata-se do projeto NH1 que usa turbinas para gerar eletricidade a partir das correntes marítimas.
O projeto só está sendo aplicado graças ao apoio do Fundo de Inovação 2023 da União Europeia, que destinou 31,3 milhões de euros ao projeto.
Revolução elétrica nasce no mar da França
A ideia integrará a energia das marés à matriz do continente, oferecendo fonte renovável, constante e previsível, diferencial diante da solar e da eólica.
O sistema será composto por quatro turbinas AR3000, cada uma com 3 megawatts de potência e rotores de 24 metros de diâmetro. As turbinas contam com um sistema de controle avançado que ajusta, em tempo real, a velocidade e o ângulo das pás, maximizando a geração elétrica conforme a força das marés.
Elas são fornecidas pela empresa britânica Proteus Marine Renewables.
A mesma, instalou uma turbina de maré em escala de megawatts no Estreito de Naru, no Japão, tornando-se a primeira empresa a operar esse tipo de equipamento em dois países.
O design modular permite instalação de cada turbina em apenas 20 minutos
Um único cabo de exportação transportará a energia gerada à terra, solução já aplicada em interconexões submarinas entre países europeus, como Inglaterra e Dinamarca.
Com início das operações previsto para 2028, o projeto NH1 deverá injetar 34 GWh por ano na rede elétrica francesa. Segundo a empresa, o potencial da tecnologia é ainda maior: até 100 GW em 2050, energia suficiente para abastecer 94 milhões de residências.
Como fica a questão do impacto ambiental?
É importante dizer que especialistas monitorarão o ambiente marítimo para avaliar os impactos sobre fauna e flora marinhas. A empresa destaca que projetou o design para minimizar efeitos ambientais e reduzir custos operacionais.
O projeto pode abrir caminho para uma nova era energética, aproveitando a força das marés guiadas pela gravidade da Lua para gerar eletricidade.
Como é a turbina que funciona na água-marinha?
Com as segundas correntes de maré mais fortes da Europa, a França possui um potencial estimado entre 5 e 6 GW em energia das marés, o equivalente a até 18 TWh de eletricidade por ano. A implantação piloto do NH1 pretende abrir caminho para futuros parques comerciais, contribuindo para a soberania energética francesa.
“A expectativa é que os projetos selecionados em 18 países europeus entrem em operação entre 2025 e 2031. O financiamento vem das receitas do Sistema de Comércio de Emissões da UE e os subsídios variam entre €1,4 milhão e €262 milhões por projeto”, informou a Comissão Europeia.
A Normandie Hydroliennes prevê que 80% do valor de construção do projeto será proveniente de fornecedores locais, com a criação de 400 empregos diretos e indiretos na França.