Mobilidade elétrica precisa ultrapassar a barreira do som

As vendas dos carros elétricos não param de crescem no Brasil, mas ainda esbarram um bocado na infraestrutura. É quase possível dizer que a mobilidade elétrica precisa ultrapassar a barreira do som para seguir viagem.

As vendas dos carros elétricos não param de crescem no Brasil, mas ainda esbarram um bocado na infraestrutura. É quase possível dizer que a mobilidade elétrica precisa ultrapassar a barreira do som para seguir viagem.

O número de veículos emplacados já passou a marca de 300 mil unidades no primeiro semestre de 2025. Um crescimento de 91% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a ABVE.

Porém, apesar do avanço, a infraestrutura de recarga ainda é limitada, dificultando a adesão em viagens e regiões afastadas.

Mobilidade elétrica precisa ultrapassar a barreira

Portanto, a consolidação do mercado de eletrificados acaba sendo puxada por veículos elétricos plug-in, que já somam 84% das vendas no segmento.

“A infraestrutura vem crescendo, mas de forma desigual. A ausência de pontos em rodovias ainda limita a confiança do consumidor e restringe o uso mais amplo do veículo”, afirma Bernardo Durieux, CEO da VoltBras.

Como mobilidade elétrica pode ultrapassar a barreira do som?

Ou seja, o executivo reforça que além da infraestrutura, fatores culturais também pesam, como mitos da baixa autonomia, necessidade de recarga diária ou do “vício” da bateria.

Porém, mesmo com as informações equivocadas, o interesse da população por elétricos vem aumentando. De acordo com um levantamento da McKinsey & Company, mais de 60% dos brasileiros consideram comprar um veículo elétrico nos próximos anos.

“Estamos no caminho certo, mas com velocidade abaixo do necessário. A transição energética na mobilidade exige ação coordenada entre governo, empresas e sociedade”, conclui Durieux.

Vantagens da mobilidade elétrica para o ambiente

Em contrapartida, a eletrificação da frota também pode trazer ganhos ambientais significativos, principalmente em áreas urbanas.

Veículos elétricos são mais silenciosos e não emitem poluentes locais, o que contribui para a melhoria da qualidade do ar e da saúde pública.

Atualmente, mais de 80% da energia elétrica brasileira é gerada por fontes renováveis, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Eles vão salvar o planeta antes de quebrar a barreira do som

A matriz elétrica da Europa, por exemplo, está ficando mais limpa. De acordo com pesquisa do ICCT (Conselho Internacional de Transporte Limpo), os carros elétricos a bateria vendidos hoje produzem 73% menos emissões de gases de efeito estufa ao longo de seu ciclo de vida do que os equivalentes a gasolina.

Ou seja, isso representa uma melhora de 24% em relação às estimativas de 2021. Os híbridos e híbridos plug-in, mostraram pouco avanço.

O estudo reforça que só os carros elétricos a bateria conseguem entregar os cortes de emissões em larga escala necessários para enfrentar o meio de transporte mais poluente da Europa.

Os autos de passeio representam três quartos das emissões

“Os carros elétricos a bateria na Europa estão ficando mais limpos do que esperávamos e superam todas as outras tecnologias, incluindo híbridos e híbridos plug-in”, afirmou Dra. Marta Negri, pesquisadora do ICCT.

“Esse avanço se deve principalmente à rápida expansão da energia renovável no continente e à maior eficiência energética dos veículos elétricos.”

Mobilidade elétrica precisa quebrar a barreira do som para se ouvir

Até 2025, espera-se que as fontes renováveis representem 56% da geração elétrica na Europa, aumento de 18% em relação a 2020.

O Centro Comum de Pesquisa da União Europeia projeta que essa fatia aumentará para 86% em 2045.

Dr. Georg Bieker, pesquisador sênior do ICCT, disse que:

“Vimos recentemente líderes do setor automotivo deturpando os dados sobre as emissões dos híbridos. Mas análise de ciclo de vida não é um exercício de conveniência. Nosso estudo considera os casos mais representativos e é baseado em dados reais. Os consumidores merecem informações precisas e embasadas na ciência.”

A análise do ICCT abrange as emissões de gases de efeito estufa desde a produção e reciclagem dos veículos e baterias, passando pela produção de combustível e eletricidade, consumo em uso e manutenção.

A gasolina vai acabar?

Por outro lado, os combustíveis usados pelos carros com motor a combustão continuarão sendo majoritariamente fósseis.

Outras tecnologias continuam atrasadas em relação aos veículos elétricos no que diz respeito à redução de emissões no ciclo de vida.

Carros híbridos e híbridos plug-in oferecem, respectivamente, apenas 20% e 30% menos emissões ao longo da vida útil em comparação com os carros a gasolina.

Os hidrogênios estão chegando?

Eles, os alquimistas estão chegando, isso, a hibridização tem benefícios pequenos frente às emissão dos elétricos a bateria e insuficientes a longo prazo.

Ou seja, a tecnologia pode oferecer redução de até 79% nas emissões em comparação com carros a gasolina, mas somente quando o hidrogênio for produzido com eletricidade renovável, o que ainda não ocorre em larga escala na Europa.

Mobilidade elétrica conta com hidrogênio

Atualmente, quase todo o hidrogênio disponível é produzido a partir de gás natural, o que limita a redução de emissões a apenas 26% em relação aos carros a gasolina.

A metodologia também considera a evolução da matriz elétrica durante a vida útil dos veículos e utiliza dados reais de uso em vez de testes laboratoriais oficiais, algo essencial para estimar as emissões reais dos híbridos plug-in.

Emissões de Gases de Efeito Estufa ao Longo do Ciclo de Vida de Carros de Passageiros Vendidos na União Europeia em 2025
Emissões de Gases de Efeito Estufa ao Longo do Ciclo de Vida de Carros de Passageiros Vendidos na União Europeia em 2025

 

Brasil segue a passos de formiga e sem vontade

Com 15.525 unidades comercializados em junho, as vendas de veículos leves eletrificados no Brasil somaram 86.849 no primeiro semestre de 2025, crescimento de 9,5% em relação ao período homólogo (79.304).

O crescimento das vendas consolida os eletrificados (BEV, PHEV, HEV e HEV Flex) na faixa de 8% do mercado total das vendas domésticas de veículos leves no Brasil.

Entre janeiro e junho de 2025, o país contou com 57 fabricantes atuando no segmento de eletrificados, oferecendo um total de 293 modelos de veículos eletrificados.

A ampliação da oferta foi puxada principalmente pelos veículos elétricos plug-in (BEV e PHEV), que saltaram de 187 modelos no primeiro semestre de 2024 para 253 em 2025.

Eletrificados leves por tecnologia no 1º semestre de 2025:

  • PHEV: 42.370 (48,8%)
  • BEV: 30.576 (35,2%) 
  • HEV: 7.015 (8,1%)
  • HEV FLEX: 6.888 (7,9%).
  • TOTAL: 86.849

 

Os 5 municípios que mais venderam veículos eletrificados leves no 1º semestre de 2025: 

 

1º – São Paulo: 11.121

2º – Brasília: 8.483

3º – Belo Horizonte: 3.442

4º – Rio de Janeiro: 3.355

5º – Curitiba: 2.349

 

ABVE
Vendas de veículos no Brasil
  • PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) – Veículo híbrido plug-in, que combina motor a combustão com um motor elétrico recarregável na tomada. Pode rodar alguns quilômetros apenas com eletricidade antes de usar o motor a combustão.

  • BEV (Battery Electric Vehicle) – Veículo 100% elétrico, que utiliza apenas bateria elétrica (sem motor a combustão). Recarrega exclusivamente na rede elétrica.

  • HEV (Hybrid Electric Vehicle) – Veículo híbrido tradicional, com motor a combustão e motor elétrico, sem recarga externa. A bateria é carregada durante a frenagem e pelo motor a combustão.

  • HEV FLEX – Veículo híbrido flex, que funciona como o HEV, mas o motor a combustão pode usar etanol ou gasolina.

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