A Usina Hidrelétrica de Itaipu, alcançou a marca histórica de 3,1 bilhões de megawatts-hora (MWh) produzidos desde que entrou em operação em 1984.
Para se ter noção, a produção de 3,1 bilhões de MWh é suficiente para abastecer o mundo inteiro por 44 dias ou o Brasil por seis anos e um mês. Antes mesmo de chegar ao patamar de 3,1 bilhões de MWh, Itaipu já era a usina que mais produzia energia elétrica em todo o mundo.
Itaipu bate 3,1 bilhões de MWh. Energia consumida pelo Brasil inteiro por seis anos
A Itaipu Binacional, por exemplo, opera a usina localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, no lado brasileiro, em Foz do Iguaçu (PR), sob administração conjunta dos dois países.
Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, a quantidade alcançada vai além de uma estatística. “É o reflexo de décadas de trabalho conjunto entre brasileiros e paraguaios, inovação tecnológica e compromisso com o desenvolvimento sustentável”, diz.
Evolução de Itaipu é nítida com os investimentos
A hidrelétrica começou a ser construída em 1973, passando a produzir energia nove anos depois. Um enorme reservatório no Rio Paraná supre a água que aciona as turbinas de Itaipu.
O primeiro bilhão de MWh foi atingido em 2001, período em que o Brasil enfrentava uma crise de racionamento de energia. Em agosto de 2012, a usina atingiu 2 bilhões de MWh. Em março de 2024, foi a vez da marca de 3 bilhões.
O empreendimento divide toda a produção igualmente entre Brasil e Paraguai; no entanto, conforme o tratado que rege a construção de Itaipu, cada país pode vender ao parceiro estratégico a energia que não consumir.
Itaipu é a bateria natural do Brasil
Atualmente, Itaipu responde por cerca de 9% do consumo de energia elétrica brasileiro. Mais do que simplesmente fornecer energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), a capacidade de geração faz a usina se comportar como uma bateria natural do sistema, ou seja, está sempre pronta para gerar energia quando demandada
Dessa forma, Itaipu é uma das principais forças da chamada rampa de consumo nos finais de tarde, quando hidrelétricas, que podem ter a produção controlada instantaneamente.
Desenvolvimento paraguaio contribuiu para o crescimento da usina
O Paraguai nunca consumiu toda a energia que lhe cabe historicamente, e o Brasil sempre adquire o excedente.
Há 40 anos, o Brasil consumia 95% do suprimento. Esse cenário seguiu trajetória de queda ao longo das décadas, de forma que em 2024, o Brasil consumia 69%; e o Paraguai, 31%.
Servidores digitais que processam e armazenam dados, incluindo os de inteligência artificial (IA), impulsionam a demanda paraguaia
O consumo do Paraguai faz Itaipu projetar que, até 2035, não haverá excedente
Outra frente de atuação de Itaipu é a geração de energia elétrica por fontes renováveis, além da hidrelétrica. Um projeto já iniciado estuda transformar o leito do reservatório no Rio Paraná em um parque de usina solar, que pode até duplicar a capacidade de produção, hoje em 14 mil megawatts (MW). Há ainda desenvolvimento de energia proveniente do hidrogênio verde e biogás.
Equipamentos eletromecânicos pesados, como turbinas, não estão incluídos no projeto, pois, segundo Itaipu, estão em excelentes condições e longe do final da vida útil típica para esses tipos de componentes.