Um espelho d’água repleto de painéis solares vai reforçar a geração de energia de Itaipu. A iniciativa vai gerar, por exemplo, a energia consumida internamente pela própria usina por meio de placas solares.
Ou seja, as instalações das primeiras camadas de placas, na região da Itaipu Binacional, começaram. A previsão é que a etapa de montagem se estenda até outubro.
Já a usina, por exemplo, deve funcionar até o fim de 2025. Com isso, Itaipu destinará toda a energia produzida para seu próprio consumo internamente.
Espelho d’água será como uma ilha de painéis solares
O projeto-piloto prevê a instalação de 1.584 módulos com potência de 705 watts-pico (Wp) cada, apoiados sobre 4.199 flutuadores, formando uma ilha solar com capacidade instalada de 1 megawatt-pico (MWp), suficiente para abastecer cerca de 650 casas.
Os painéis estão sendo organizados em dez segmentos. O primeiro deles, com 132 placas, já foi montado e fixado no reservatório.
A usina solar está sendo implantada por um consórcio binacional formado pelas empresas Sunlution (Brasil) e Luxacril (Paraguai), vencedor do edital promovido por Itaipu com proposta de US$ 854,5 mil.
Estrutura não vai ficar do lado brasileiro
O sistema ficará conectado à subestação da margem paraguaia, próximo do local onde a usina flutuante está sendo instalada.
Os equipamentos têm certificações internacionais de qualidade, vida útil estimada de 30 anos e resistência a condições climáticas adversas.
Segundo Rogério Meneghetti, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, o objetivo é testar cada etapa do processo antes de considerar uma possível ampliação da iniciativa.
“Estamos convertendo planejamento em realidade. Este é um projeto experimental que vai nos ajudar a entender os desafios técnicos, ambientais e de integração com a nossa rede interna e a comparar a eficiência entre geração em solo e sobre a água”, explica.
Espelho d’água pode ocupar até 10% do reservatório
Meneghetti afirma, portanto, que placas fotovoltaicas cobrindo 10% do espelho d’água do Lago de Itaipu gerariam uma capacidade instalada equivalente à da própria usina: 14 mil megawatts. “É claro que isso é apenas um dado teórico, mas mostra o quanto essa tecnologia pode ser estratégica no futuro.”