Entenda o apagão histórico que paralisou Espanha e Portugal. Afinal, o tema ganhou proporções globais e acendeu um sinal de alerta no mundo.
Ou seja, a preocupação é natural, uma vez que uma queda repentina de 15 GW não acontece de um dia para a noite, ou melhor, para o outro.
Porém, a interrupção paralisou transportes, comunicações, hospitais e eventos esportivos. Além de Espanha e Portugal, a província de Andorra, também ficou sem luz.
Transporte parado e caos urbano na Espanha e Portugal
Portanto, o colapso parou trens de alta velocidade e o metrô em cidades como Madri, Barcelona e Sevilha. Sinais de trânsito apagados ocasionaram congestionamentos.
Ou seja, apenas os aeroportos seguiram operando com geradores, apesar de falhas em sistemas de informação.
Apenas, hospitais recorreram aos geradores de emergência e unidades de saúde suspenderam atendimentos.
Entretanto, as farmácias fecharam temporariamente. O apagão também afetou as redes de telefonia móvel e internet, dificultando a comunicação em várias regiões.
Especialistas alertam para vulnerabilidade da rede
Apesar do restabelecimento parcial do fornecimento ainda no mesmo dia, a origem da falha segue em investigação.
Especialistas apontam diversas hipóteses técnicas e estruturais que podem ter desencadeado o colapso elétrico.
O apagão histórico na Península Ibérica serve de alerta para a fragilidade das redes elétricas modernas diante de um cenário de transição energética.
Logo, especialistas reforçam a necessidade de atualizar os sistemas de proteção, melhorar a integração das renováveis e investir em tecnologias que aumentem a resiliência da infraestrutura energética.
Confira a seguir as principais possibilidades em análise:
1. Oscilação de frequência ou tensão na rede
Uma das causas prováveis é uma instabilidade súbita na frequência ou na tensão elétrica. Pequenas oscilações em pontos críticos da rede podem desencadear reações automáticas em cascata, desligando usinas e subestações como medida de proteção. Segundo o governo espanhol, 15 gigawatts de geração elétrica foram desconectados em apenas cinco segundos, 60% do consumo naquele momento.
2. Falha em linhas de transmissão
Relatos preliminares indicam uma possível falha em uma linha de transmissão na França, que poderia ter afetado a interconexão com a rede espanhola. Quando linhas críticas param de funcionar, a redistribuição abrupta da carga pode causar sobrecargas e quedas em efeito dominó, afetando vários países interligados.
3. Transição energética e renováveis intermitentes
Com o aumento da participação de fontes renováveis, como solar e eólica, no mix energético europeu, a rede elétrica tradicional enfrenta novos desafios. Ao contrário das usinas térmicas ou hidrelétricas, que possuem turbinas giratórias que ajudam a estabilizar o sistema, as renováveis geram energia sem inércia mecânica, tornando o sistema mais sensível a variações.
4. Falha humana ou erro operacional
Embora não confirmada, a hipótese de erro humano ou falha de sistemas automatizados de controle não é descartada. Em um sistema complexo e interligado como o europeu, a falta de resposta rápida ou decisões incorretas em momentos críticos pode agravar uma instabilidade.
5. Fenômenos climáticos extremos
O operador português REN sugeriu que condições atmosféricas severas podem ter interferido em equipamentos da rede. Raios, ventos fortes ou acúmulo de umidade em isoladores são exemplos de fatores naturais que podem provocar desligamentos de linhas de transmissão.
