A ANEEL aprovou plano de emergência para evitar sobrecarga elétrica em dias de muito sol. O plano emergencial permite a interrupção temporária da geração de energia em alguns locais.
O Operador Nacional do Sistema (ONS) identificou um novo risco: em dias com muito sol (forte irradiação) e temperaturas amenas, o consumo de energia da rede principal (a carga) cai. Nesses momentos, a contribuição de energia gerada pela MMGD (os painéis solares em telhados, por exemplo) é muito alta.
Quando esses dois fatores se juntam, carga baixa na rede e muita geração solar não controlável, o sistema elétrico pode ficar com uma carga líquida muito baixa.
Por que isso é um problema?
Essa situação de carga baixíssima, combinada com fontes de energia que não possuem a “inércia” e a capacidade de controle de frequência e tensão das grandes usinas, pode afetar a estabilidade e a segurança de todo o Sistema Elétrico Brasileiro (SEB). O ONS relatou que o SEB esteve perigosamente perto desses limites nos dias 4 de maio e 10 de agosto de 2025.
Para garantir a segurança operativa do sistema, o ONS propôs um plano à ANEEL que prevê o corte de geração conectada às redes das distribuidoras em situações de risco. O ONS deve alertar as distribuidoras de energia com 7 a 2 dias de antecedência sobre a possibilidade de acionamento do plano, baseado em níveis de risco pré-definidos.
Restrição na Geração Tipo III:
As distribuidoras, por exemplo, devem comunicar o risco de restrição de geração às usinas Tipo III conectadas em suas áreas. Elas são usinas de pequeno e médio porte (como a MMGD) que estão ligadas à rede da distribuidora e, por isso, não são controladas diretamente pelo ONS.
O plano focará inicialmente nas distribuidoras que possuem a maior concentração dessas Usinas Tipo III em sua área, que representam cerca de 80% da capacidade instalada total:
- CPFL Paulista
- Cemig D
- Energisa MT
- Copel D
- Elektro
- Celesc
- Equatorial GO
- Energisa MS
- Coelba
- RGE
- EDP ES
- Neoenergia PE
Transparência e Segurança
O diretor-relator do processo na ANEEL, Gentil Nogueira, destacou que o plano foi aprovado por estar conforme as regras existentes. Ele enfatizou que a adoção dessas medidas torna os procedimentos mais transparentes e previsíveis, fortalece a coordenação entre as distribuidoras e o ONS e, a curto prazo, reduz o risco sistêmico do setor elétrico, protegendo a operação segura e, consequentemente, os consumidores.




