Energia para data center se torna cada vez mais estratégica

Energia para data center se torna cada vez mais estratégica

Energia para data center se torna cada vez mais estratégica. Afinal, com demanda elétrica em ritmo acelerado, as soluções de estocagem se tornam peças estratégicas na operação dos centros de dados.

Ou seja, nos EUA, por exemplo, a energia para abastecer data centers vai fazer parte de quase metade da demanda em cinco anos. O uso da IA ajuda esse crescimento, assim como a economia que deve consumir mais energia em 2030.

Energia para data center se torna cada vez mais estratégica

Por fim, nas economias avançadas, os data centers vão alavancar 20% do crescimento da demanda energética, gerando um crescimento do setor, após longa pausa.

Logo, pensando nessa discussão, Luis Cuevas, diretor de Secure Power e Negócios de Data Centers da Schneider Electric no Brasil, elaborou alguns apontamentos interessante. Veja a seguir:

O impacto do armazenamento inteligente de energia na eficiência dos data centers

O avanço acelerado da economia digital impõe um novo paradigma à infraestrutura crítica global: soluções cada vez mais sofisticadas são exigidas para garantir o equilíbrio entre disponibilidade, eficiência operacional e sustentabilidade energética.

Nesse cenário, os data centers, espinhas dorsais da era da informação, enfrentam uma combinação inédita de desafios – calor extremo, consumo crescente e a busca ininterrupta por continuidade, fatores que colocam à prova até mesmo os projetos mais robustos.

A resposta para esse momento passa, inevitavelmente, pela consolidação do armazenamento inteligente de energia como peça-chave na arquitetura elétrica desses ambientes.

Pressão por opções eficazes 

A pressão por opções eficazes é sustentada por números expressivos. De acordo com um relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), publicado em 2024, a carga de insumo elétrico dos data centers triplicou nos últimos dez anos.

E o ritmo segue acelerado: o órgão projeta que esse volume poderá dobrar – ou até triplicar – novamente até 2028, impulsionado principalmente pela adoção em massa de aplicações baseadas em inteligência artificial (IA), machine learning e grandes volumes de dados. No Brasil, a tendência é semelhante.

Dados do Ministério de Minas e Energia (MME) mostram que somente no ano passado houve um crescimento significativo nos pedidos de estruturas voltadas para o setor, com uma previsão de demanda máxima que pode atingir 9 GW até 2035.

Esse crescimento traz consigo uma expansão na complexidade da operação. A solicitação energética dos data centers não se limita, contudo, à alimentação dos servidores.

Segundo o DOE, cerca de 40% da energia total consumida são destinados exclusivamente ao resfriamento desses sistemas. Esse percentual pode ser ainda maior em países de clima tropical, como o Brasil, onde as temperaturas elevadas tornam a dissipação de calor um desafio técnico e financeiro adicional. A ineficiência térmica, se não for tratada com inteligência, compromete não apenas o desempenho, mas a própria segurança da operação.

Estocagem eficiente assume papel estratégico

É nesse contexto que a estocagem eficiente assume um papel estratégico. Mais do que um recurso de contingência, ela se transforma em um componente ativo na gestão energética dos data centers, permitindo maior previsibilidade, eficiência e resiliência.

Por meio de tecnologias como baterias de íon-lítio, sistemas híbridos e integração com fontes renováveis, é possível estocar energia nos períodos de baixa utilização – geralmente com tarifas mais acessíveis – e utilizá-la em momentos de pico, reduzindo custos operacionais, aliviando a pressão sobre a rede elétrica e assegurando a continuidade das cargas críticas.

Essas soluções modernas possibilitam uma lógica elétrica dinâmica, com respostas em tempo real a oscilações, picos e até falhas no fornecimento externo.

Combinação com sistemas térmicos

Combinadas a sistemas térmicos otimizados, elas mantêm a operação estável mesmo sob condições adversas, oferecendo autonomia para o resfriamento emergencial sem depender exclusivamente de geradores a diesel – mais poluentes, caros e ruidosos.

Outro ponto cada vez mais relevante, embora ainda pouco discutido, é a função desse mecanismo na transição energética do setor de tecnologia da informação. À medida que empresas globais assumem compromissos ambientais mais ambiciosos e exigem o mesmo de seus fornecedores, cresce a necessidade de modernização de equipamentos.

Soluções com monitoramento em tempo real, conexão com internet das coisas (IoT), algoritmos preditivos de uso e gestão baseada em dados deixaram de ser diferenciais competitivos e são hoje requisitos essenciais para qualquer operação que pretenda alinhar eficiência e sustentabilidade.

Data Centers precisam funcionar 24h por dia 

Nesse ambiente complexo, empresas de engenharia elétrica, automação, climatização e infraestrutura crítica ocupam uma posição central. São elas que projetam, integram e operam os sistemas que conservam os data centers funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana, muitas vezes com tolerância zero a falhas.

Sua posição vai além da prestação de serviços: são agentes ativos na transformação de recursos energéticos do setor, com capacidade de oferecer soluções customizadas às particularidades climáticas, regulatórias e operacionais de cada região do país.

Investir em soluções como essa, adaptáveis às realidades brasileiras, é também uma questão de soberania virtual e energética. Afinal, na era da hiperconectividade, não há mais como dissociar energia, estabilidade térmica e digitalização.

Por fim, os data centers do futuro serão mais potentes, ágeis, resilientes e, sobretudo, mais estratégicos. Nesse contexto, plataformas de estocagem representarão o elo crítico entre a potência tecnológica e a prudência estratégica necessária para sustentar a próxima geração desse ecossistema.

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