BYD e Tsingshan desistem de planta de lítio no Chile. Isso mesmo, a fabricante chinesa BYD e a gigante dos metais Tsingshan desistiram do projeto de lítio no Chile.
Tudo começou quando a BYD apresentou um pedido de retirada ao Ministério de Bens Nacionais do Chile. Já a Tsingshan, por meio da afiliada Yongqing Technology, comunicou à agência de desenvolvimento econômico chilena que não daria continuidade ao projeto de baterias de lítio.
BYD e Tsingshan desistem de planta de lítio no Chile
A Corfo confirmou a desistência e ainda destacou que a Tsingshan não estava legalmente registrada no país banhado pelo pacífico. Ambas contavam com investidores estratégicos para desenvolver produtos de lítio com maior valor agregado, como cátodos e baterias.
Os acordos previam acesso garantido e preços preferenciais para a compra de carbonato de lítio da SQM, estatal chilena e segunda maior produtora mundial do mineral, até 2030.
Mais de US$ 500 milhões seriam investidos no Chile
A contrapartida estava na promessa de investir US$ 523 milhões no país, gerando cerca de 1.200 empregos. No entanto, uma combinação de queda nos preços do lítio, instabilidade nos mercados globais e entraves burocráticos inviabilizou os projetos antes.
A planta teria capacidade para produzir 50 mil toneladas por ano, focando no componente mais caro de uma célula de bateria de veículo elétrico.
Saia o porquê do lítio do Chile ser tão importante
A atual estratégia do lítio do Chile, lançada pelo presidente Gabriel Boric em 2023, exige que empresas como a Albemarle e a SQM destinem parte de sua produção a preços preferenciais para companhias dispostas a investir em tecnologia local baseada em lítio.
Apesar da saída da BYD e da Tsingshan representar um revés para a política industrial do governo chileno, o país segue como um dos protagonistas no mercado global de lítio — atrás apenas da Austrália em volume de produção.
O gargalo do transporte das baterias de lítio
O transporte de baterias de carros elétricos, especialmente as de íons de lítio, enfrenta sérias restrições. Por isso, a necessidade de ativar uma produção Latina.
Por serem altamente energéticas, essas baterias podem entrar em fuga térmica, uma reação em cadeia de superaquecimento. No transporte aéreo, esse risco é ainda mais crítico, já que incêndios em voo são praticamente impossíveis de conter.
Logo, autoridades internacionais proíbem ou limitam severamente o envio aéreo de baterias de grande porte. No transporte marítimo, o risco é menor, mas ainda preocupante.
Incêndios causados por baterias em navios são difíceis de controlar e, em alguns casos, já provocaram grandes prejuízos e perdas totais de carga.
Portanto, companhias de navegação exigem embalagens especiais, sensores de monitoramento e planos de emergência específicos. Algumas até recusam carregar baterias de veículos elétricos sem garantias rigorosas de segurança.
Há também um fator logístico, onde as baterias automotivas precisam ser embaladas em contêineres certificados, com documentação técnica detalhada, e seguir normas internacionais de transporte de materiais perigosos.
Se estiverem usadas ou com defeito, são classificadas como resíduos perigosos, o que torna o processo ainda mais complexo e caro. Tudo isso limita o transporte e aumenta os custos, desestimulando o envio aéreo ou marítimo sem planejamento específico.
Apesar das dificuldades, o transporte é possível com rotas terrestres ou embarques marítimos controlados, usando protocolos rigorosos e transportadoras especializadas.
A crescente demanda por veículos elétricos deve acelerar o desenvolvimento de soluções logísticas mais seguras. Ainda assim, os casos recentes de incêndios em navios com carros elétricos mostram que o tema exige atenção e regulamentações cada vez mais rigorosas.