Brasil freia seu potencial em energia limpa

Apesar de ter uma das matrizes mais limpas do mundo, o Brasil ainda enfrenta barreiras para se tornar potência em energia sustentável.

Apesar de ter uma das matrizes mais limpas do mundo, o Brasil ainda enfrenta barreiras para se tornar potência em energia sustentável. Falta de investimentos, burocracia e escassez de profissionais especializados limitam o avanço do país na transição energética. Veja o que aponta Diogo Rupolo, Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica, professor dos cursos de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campus Campinas, no artigo:

O Brasil e seus entraves na geração de energia elétrica.

O Brasil possui muitas potencialidades de geração de energia elétrica. Atualmente, temos uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta e diversidade na geração como hidráulica, solar, eólica, biocombustíveis, etc. Mas, o que impede o Brasil de ser ainda mais protagonista em relação à geração de formas sustentáveis de energia?

Apesar das potencialidades, faltam investimentos em vários setores. Na área de pesquisa, tecnologia e inovação, o Brasil investe muito pouco. Em geral, as universidades públicas são as principais responsáveis pela produção do conhecimento científico do país. Porém, muitas vezes de forma isolada. Faltam parcerias entre universidades, empresas, institutos e órgãos governamentais.

Por outro lado, o Brasil precisaria de investimentos expressivos em infraestrutura. Tais investimentos passam pelos setores de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Além disso, no armazenamento por meio de baterias e na geração de energia elétrica de forma descentralizada, que são conectadas às redes de distribuição. Porém, tais investimentos deveriam ser realizados por meio de um planejamento a longo prazo, de forma contínua, de modo que mudanças de governo não interfiram no projeto.

Muitos entraves como a burocracia estatal atrasam a expansão do setor. Deve-se ter uma máquina estatal eficiente, que atenda às necessidades da sociedade e das empresas com rapidez, qualidade e transparência. Legislações devem fomentar cada vez mais a adoção de energias renováveis e incentivar benefícios fiscais de fontes de geração de energia elétrica sustentável.

Outro ponto é a mão de obra qualificada. É necessário realizar a formação de mais profissionais que atuam na área, tanto ao nível superior quanto ao nível técnico, tais como engenheiros, pesquisadores, eletricistas, entre outros. Atualmente, vemos falta de incentivos por parte do governo, principalmente na formação de engenheiros. As matrículas nesses cursos vêm caindo nos últimos anos sem nenhuma intervenção governamental, em um país que precisa cada vez mais de pessoas atuantes no setor para o seu desenvolvimento.

Portanto, para que o Brasil se torne ainda mais pioneiro na geração de fontes sustentáveis de energia, deve investir em larga escala em infraestrutura, pesquisa, formação de profissionais e desburocratização. Além disso, deve-se buscar fomentar a geração de energia elétrica por meio de energias renováveis, com leis atuantes no setor e benefícios fiscais associados.

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