O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), referente à semana operativa de 11 a 17 de outubro, aponta para afluências abaixo da média em quase todo o país até o fim do mês. Ou seja, um baixo volume de chuvas que desafia o equilíbrio do sistema elétrico.
A única exceção é o subsistema Sul, que deve alcançar 115% da Média de Longo Termo (MLT). Nos demais, as projeções de Energia Natural Afluente (ENA) indicam 65% da MLT no Norte, 55% no Sudeste/Centro-Oeste e 35% no Nordeste.
As estimativas de Energia Armazenada (EAR) para o encerramento de outubro reforçam essa tendência regional. O Sul deve registrar o maior nível entre os subsistemas, podendo atingir 94,1%. Já o Norte deve alcançar 68,7%, o Nordeste 48,6% e o Sudeste/Centro-Oeste 45,8%.
“Mantemos o monitoramento constante das condições hidrológicas e operacionais, garantindo que todas as ações necessárias sejam adotadas para preservar o equilíbrio do SIN e a segurança do suprimento de energia no país”, destaca Christiano Vieira, diretor de Operação do ONS.
Baixo volume de chuvas em outubro desafia equilíbrio do sistema elétrico
O comportamento da carga até o fim de outubro também apresenta variações entre as regiões. No Sistema Interligado Nacional (SIN), o crescimento esperado é de 0,7%, totalizando 82.324 MWmed, mesmo percentual projetado para o Sudeste/Centro-Oeste, com 46.594 MWmed.
O Norte deve registrar o maior avanço, com alta de 6,7% (8.829 MWmed). Já os subsistemas Sul e Nordeste devem apresentar retrações de 1,7% (13.275 MWmed) e 0,5% (13.626 MWmed), respectivamente, em comparação com o mesmo período de outubro de 2024.
Para a próxima semana operativa, o Custo Marginal de Operação (CMO) permanece igual nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, em R$ 287,95 por MWh. No Norte, o indicador é mais elevado, chegando a R$ 340,73/MWh.
Brasil deve atravessar o final de outubro com chuvas irregulares
Portanto, o sistema elétrico brasileiro entra em outubro com condições hidrológicas desafiadoras, especialmente nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, o que exige atenção à gestão dos reservatórios e monitoramento constante.
Apesar da boa performance do Sul, o cenário geral indica afluências abaixo da média e níveis de armazenamento mais baixos, o que pode manter o Custo Marginal de Operação (CMO) elevado e pressionar o equilíbrio do sistema.
Por fim, o Brasil deve atravessar o final de outubro com chuvas irregulares e reservatórios em queda na maior parte do país, o que reforça a necessidade de operação cautelosa do SIN para evitar riscos à oferta de energia.